O saber a gente aprende com os mestres e com os livros. A sabedoria se aprende é coma vida e com os humildes.
Cora Coralina

domingo, 29 de setembro de 2013

Carta de leitor

 


Contexto primário

1º Local e data: ex: Irapuã, 29 de setembro de 2013

2º Destinatário: ex: Folha de São Paulo – Caro editor – Prezado...

3º Mensagem: Conteúdo da carta    

 

     1º parágrafo: Identificação da matéria - referencia a matéria e ao título

     2º parágrafo: Argumentar, dar opinião criticando ou elogiando.

     3º parágrafo: Justificativa - contra ou a favor

  4º Dar sugestão: Dar idéias da matéria ou de matérias a serem publicadas

 

4º Despedida: Saudações... , Atenciosamente..., Aguardo resposta, etc

5º Assinatura: Nome completo do remetente e identificação de quem escreve a carta


Conto de artimanha: A árvore que dava dinheiro

 

Histórias de Pedro Malasartes
Vendo-se apertado com a falta de dinheiro e não querendo ter arenga com o dono da pensão, Malasartes saiu bem cedo naquela manhã, para ganhar a vida. Arranjou com o vendedor de mel de jataí um bocado de cera; trocou na mercearia de Seu Joaquim a única nota de dinheiro que lhe sobrara, por algumas de moedas de vintém e caiu na estrada. Caminhou por obra de uma légua ou mais, quando avistou uma árvore na beira da estrada. Chegando ao pé da árvore, parou e pôs-se a pregar os vinténs à folhagem com a cera que arranjara.
Não demorou muito, deu de aparecer na estrada um boiadeiro que vinha tocando uns boizinhos para vender na vila. E como já ia levantando um solão esparramado, a cera ia derretendo e fazendo cair às moedas. Malasartes, fazendo festas, as apanhava. O boiadeiro acercou-se, curioso, perguntou-lhe o que fazia, e Malasartes explicou:
— Esta árvore é deveras encantada, patrão. As suas frutas são moedas legítimas. Estou colhendo todas, porque vou me bandear pra outra terra e tô pensando em levar a árvore, apesar de todo o trabalho que vai me dar.
— Não me diga isto, sô!
— É o que eu lhe digo, patrão!
— Diacho! Se lhe vai dar tanto trabalho...
E o boiadeiro propôs comprar a árvore encantada. Malasartes, depois de muitas negaças, fechou negócio trocando a árvore pelos boizinhos; em seguida, bateu pé na estrada, vendendo-os na vila por um bom preço.
O boiadeiro mandou alguns de seus peões retirarem, com todo o cuidado, a árvore encantada e a replantou no pomar do seu sítio. Daquele ano até hoje, está esperando ela dar moedas de vinténs.
                                                                                                                           Domingos Pellegrini.
                                                                                          Texto trabalhado na Formação deo Ler e Escrever
 

Planejamento de situação de escrita de final de texto

Em grupos:

Parte 1:

a)      Leiam o trecho do texto: “A árvore que dava dinheiro”- “Histórias de Pedro Malasartes” e levantem que possíveis questões de precisam ser discutidas com os alunos para garantir a compreensão deste trecho.
b)      Levantem os principais aspectos do texto até onde foi interrompido que precisam ser garantidos na produção de um final para ele.
c)      Socialização

 Parte 2:

       a)      Planejem o conteúdo temático, ou seja, possíveis finais que poderiam ser escritos para o texto.
b)      Façam uma planificação da produção de um final escolhido em pelo seu grupo.
c)      Reescrevam o final para o texto.
d)      Socialização e discussão das produções. 

Parte 3:

a)      O que foi considerado para planejar, planificar e reescrever o texto?
b)      Que critérios foram utilizados pelo grupo para revisar o que foi produzido?
c)      Como realizaram esta revisão?

                            Trecho do texto: A árvore que dava dinheiro
 
Histórias de Pedro Malasartes
Vendo-se apertado com a falta de dinheiro e não querendo ter arenga com o dono da pensão, Malasartes saiu bem cedo naquela manhã, para ganhar a vida. Arranjou com o vendedor de mel de jataí um bocado de cera; trocou na mercearia de Seu Joaquim a única nota de dinheiro que lhe sobrara, por algumas de moedas de vintém e caiu na estrada. Caminhou por obra de uma légua ou mais, quando avistou uma árvore na beira da estrada. Chegando ao pé da árvore, parou e pôs-se a pregar os vinténs à folhagem com a cera que arranjara.
Não demorou muito, deu de aparecer na estrada um boiadeiro que vinha tocando uns boizinhos para vender na vila. E como já ia levantando um solão esparramado, a cera ia derretendo e fazendo cair às moedas. Malasartes, fazendo festas, as apanhava. O boiadeiro acercou-se, curioso, perguntou-lhe o que fazia, e Malasartes explicou:
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                                                                        Conteudo trabalhado na Formação do Ler e Escrever

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Análise da fábula: O leão e o rato

Uma família de ratos morava num velho tronco de árvore que veio ao chão num dia de tempestade. Era uma família numerosa: do avô ao caçulinha podiam-se contar oito ratos. O avô, já bem idoso, sentava-se entre os netos e começava a contar casos da sua juventude. Ele se gabava de nunca ter sido pego numa caçada nem por um gato nem por um leão. Ele então dava inúmeros conselhos para todos os netos. Deviam ficar atentos, sempre alertas contra esses malvados, se quisessem chegar à velhice, como ele.
Era tempo de colheita de milho, o que deixava todos bem contentes.
- Ah! É tempo de fartura! E milho novo é mesmo uma gostosura – falou o rato mais novo, batendo na barriga cheia. – Para completar, só um belo passeio.
E foi pela mata adentro. Deu apenas uns poucos passos e sentiu que alguma coisa o prendia pelo rabo. Tentou sair do lugar, se esforçou, se esforçou... E então viu que era a pata do leão que o prendia.
- Minha nossa! Adeus, vovô! – foi o seu primeiro pensamento.
Mas o leão, que acabara de comer um leitão resolveu deixar o rato em liberdade.
Quase imediatamente o rato voltou para casa, deixou o passeio para outra ocasião. Ele mal podia acreditar na bondade do leão. Por muitos e muitos dias, o rato ficava todo arrepiado só de se lembrar daquele terrível momento.
- Santo Deus! – dizia ele. – Quase fui parar na barriga do leão.
Mas o tempo passou ligeiro e o rato voltou a dar seus passeios pela mata, como gostava de fazer sempre depois do jantar.
Certa vez, passeava cantarolando baixinho uma velha canção, quando parou, de repente, admirado com o que via.
- Será real o que vejo? Ou será imaginação?
Nunca sequer imaginou que um dia veria tal cena. Mas não era engano, não. Era de fato o leão que estava preso numa enorme rede que alguém havia escondido, sorrateiramente, entre as folhagens.
O leão rugia e tentava se livrar da armadilha, mas sem sucesso. Foi então que o rato se pôs a roer as cordas. Roeu... Roeu... Roeu sem descansar. Com afinco e muita vontade, roeu sem parar.
Depois de muitas horas, e nem se sabe quantas, o rato conseguiu, enfim, libertar o leão.
- É sempre bom fazer amigos – disse o rato ao voltar para casa –e ser grato... Ah!... Isto é obrigação!
Mary França. Fábulas 2. São Paulo: Ática, 1995
- Leitura colaborativa da fábula;
- Levantamento de questões elaboradas para análise de compreensão do texto;
Perguntas elaboradas e análisadas pelo grupo de estudo que ajudam na compreesão do texto
1- Qual o papel do leão e do rato dentro do gênero fábula?
2- “Minha nossa! Adeus, vovô...” Por que o rato teve este pensamento? Ele não poderia ter pensado simplismente “ Minha nossa! Vou morrer.”
3- O leão deixou o ratinho em liberdade? Ele foi bonzinho?
4- Como procedeu o rato diante da situação de encontrar o leão preso?
5- A atitude do leão surpreendeu o rato? Por quê?
6- “... o leão que estava preso numa enorme rede que alguém havia escondido, sorrateiramente, entre as folhagens.” Qual a intenção da autora ao usar a palavra sorrateiramente?
7- Por que o rato pergunta: será que é real o que vejo ou será imaginação?
8- Em que trechos do texto revela que o rato demonstra gratidão ao leão?
9- Observando os conselhos dados pelo rato avô aos netos: que características possuía e se gabava e que contribuiu para que ele tivesse uma vida longa?
10- Por que o ratinho tornou-se presa fácil? Há indícios no texto que permite entender isso? Quais?
11- Foi fácil libertar o leão? Em que parte do texto é possível confirmar isso?
12- Que pistas o texto mostra o medo que o rato sentiu quando ficou preso nas patas de leão?
13-“Tentou sair do lugar, se esforçou, se esforçou...E então viu que era a pata do leão que o prendia.” Qual a intenção do autor em usar aqui a repetição?
14- Em que momento do texto mostra que o rato tinha superado o medo do leão?
15- Por que a autora não usou o diminutivo “ratinho”no texto?
                                                                                                                                       Formação Ler e Escrever

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Conto de Artimanha: A Velhinha Inteligente

                Esta é uma história que se conta até hoje na cidade de Carcassonne, ao sul da França. Há várias versões do mesmo caso, mas todas concordam num ponto: a cidade foi salva graças à esperteza de uma mulher.
Há muitos e muitos séculos, a próspera cidade de Carcassonne foi cercada por guerreiros inimigos. Embora protegida por muralhas e portões, a população não estava a salvo: como ninguém pudesse sair, aos poucos a comida foi escasseando. Logo chegou o dia em que ninguém mais tinha o que comer, e os inimigos, do lado de fora, resistiam teimosamente, esperando a rendição da cidade.
Então, o governador de Carcassonne, refletindo sobre a gravidade da situação, resolveu que era preferível entregar-se a ver seu povo morrer de fome. Entretanto, assim que ele anunciou a todos a sua resolução, uma senhora, madame Carcas, já bem idosa e por isso mesmo muito experiente, adiantou-se e disse que tinha um plano para salvar a cidade.
Todos riram dela, porém como já se consideravam perdidos, acharam que não faria mal escutá-la.
- Primeiro, tragam-me uma vaca – pediu ela.
- Uma vaca?!? – exclamaram. – E como vamos achar uma vaca?
Mas madame Carcas insistiu e todos se puseram a procurar de casa em casa.
Vira daqui, revira de lá, encontraram, por fim, uma vaca muito magra, na casa de um avarento, que a havia escondido por medo de morrer de fome. Ele bem que reclamou, mas o animal foi levado até a velha senhora.
- Agora – disse ela – juntem tudo o que puderem de alimentos, restos, cascas, o que encontrarem!
Assim fizeram todos, conseguindo juntar um saco cheio de restos de cereais.
- Muito bem – aprovou a madame. – Dêem tudo isso à vaca!
- À vaca?!? Isso é um absurdo! Todos nós temos fome!
- Pois dêem tudo à vaca e não vão se arrepender – garantiu a velhinha.
Não sem relutar, fizeram o que ela dizia. A vaca rapidamente engoliu aquilo que para todos parecia um banquete desperdiçado.
- Agora, abram com cuidado os portões e deixem a vaca sair – ordenou a senhora.
- Essa velha é louca! – gritaram alguns. Mas como madame insistisse com tanta segurança, resolveram obedecer-lhe até o fim.
Do lado de fora, a tropa inimiga percebeu que os portões da cidade se abriram.
Intrigados, viram que uma vaca escapava. Mais do que depressa, capturaram o animal e o levaram para seu chefe de armas.
- Veja, senhor, eles deixaram uma vaca escapar! Graças a esse descuido, hoje teremos um bom jantar!
O chefe, intrigado, ordenou que matassem a vaca. Mas, quando abriram a barriga do animal e ele a viu forrada de cereais, muito preocupado, concluiu:
- Soldados! Se os habitantes dessa cidade ainda têm tantas provisões que podem alimentar suas vacas e além disso se dar ao luxo de deixá-las escapar, é sinal de que poderão resistir ainda por muito tempo. É melhor nos retirarmos, pois certamente morreremos de fome antes deles.
Assim, os inimigos foram embora e a cidade foi salva.
Dizem que a velhinha, vendo partir os soldados, subiu à torre da igreja e começou a tocar o sino, em sinal de vitória. Ouvindo aquilo, o povo gritou:
- Viva! Carcas sonne! – que em francês quer dizer “Carcas está tocando o sino”.
É por isso que a cidade foi chamada de CARCASSONNE.

PAMPLONA. Rosana. Novas Histórias Antigas – Brinque-book
 

Análise do texto em HTPC
 
1º - Leitura do texto;
2º - Levantar primeiro perguntas sobre o texto e depois selecionar as que levam as crianças a compreender o texto em sua particularidade e depois as de apreciação (recursos lingüísticos) do texto;
3º - Tematizar as respostas e se permitir voltar ao texto para justificar as respostas;
 
A primeira intervenção não é junto ao aluno e sim quando o professor faz o seu planejamento.
Lembre-se: Fazer boas perguntas não é tarefa fácil, o professor precisa estar atento e não fazer perguntas de localização e sim de compreensão e DEPOIS de apreciação.

 Antes da Leitura

- Apresentar o livro
- Comentar como a autora resolveu escrevê-lo
- Despertar a curiosidade

Durante a leitura

- Essa é uma história criada pela autora ou contada de boca em boca?
- Onde esta falando que era contada?
- O que tem nos contos de esperteza ou artimanha?
- Como a velhinha sabia que seu plano daria certo?
- Por que o povo achava absurdo o plano dela, mas acabam concordando com ela?
- Por que é absurdo dar toda comida a vaca?
- Qual a motivação da velhinha?
- Que partes do texto revela que a velhinha tinha sabedoria?
- É possível saber no início do conto o plano da madame? E se o autor contasse logo de entrada seia interessante o conto?
- Que parte do conto revela que o plano tinha dado certo?
- Por que a autora escreveu abram com cuidado os portões? Ela não poderia ter escrito simplesmente abram os portões? 
Observação: Os verbos no imperativo também têm uma intenção no conto, chame atenção das crianças quanto a isso.
                                                                                
                                            Texto analisado na Formação do Ler e escrever e trabalhado em HTPC

domingo, 22 de setembro de 2013

Contos de artimanha


Principais características

  Tem alguém esperto

  Tem alguém que é enganado

  Existe uma estratégia, um ardil,  para enganar.

  O plano é revelado aos poucos

  É comum surpreender o leitor
São narrativas, geralmente curtas, nas quais os personagens – humanos ou animais – utilizam-se de ardis para garantir sua sobrevivência ou mesmo vitória contra forças maiores que a sua.
  Fundamenta-se numa moral ingênua que vigora num mundo de injustiça onde impera a crueldade e cada um luta por si.

  O contexto justifica o uso da esperteza do qual lançam mão os personagens.
 
Obs: Os contos de artimanha também podem ser chamados contos de esperteza.
 
                                                                                                        Conteúdo trabalhado na Formação do Ler